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Pesquisa revela que 61% dos apostadores usaram bets ilegais só em 2025

A incidência de apostas em sites ilegais é maior entre jovens de baixa renda - Getty Images/iStockPhoto
A incidência de apostas em sites ilegais é maior entre jovens de baixa renda Imagem: Getty Images/iStockPhoto
do UOL

Do UOL, em São Paulo

12/06/2025 12h23

O Instituto Locomotiva divulgou a primeira pesquisa sobre o uso de casas de apostas ilegais após a regulamentação das bets pelo Governo Federal, em janeiro de 2025. Os números apontam que mais da metade dos apostadores usou sites ilegais neste ano.

Mercado ilegal expressivo

Segundo a pesquisa, 61% dos jogadores fizeram ao menos uma aposta ilegal só neste ano. O Instituto Locomotiva considerou 83 plataformas que não foram regulamentadas.

O método da pesquisa usou duas abordagens: lista de plataformas irregulares e comportamentos informais dos usuários. Nesse segundo item estão a falta de reconhecimento facial e o pagamento por meio de cartões de crédito ou criptomoedas foram considerados — práticas proibidas na regulamentação.

A incidência de apostas em sites ilegais é maior entre jovens de baixa renda. Cerca de 63% desses jovens, entre 18 e 29 anos, ganham até dois salários mínimos por mês.

Entre os entrevistados, 78% disseram que é difícil saber ao certo quais plataformas são regulamentadas e quais não são. O principal motivo para essa barreira é a falta de informação, somada ao impacto das propagandas em redes sociais e ferramentas de pesquisa na internet.

Impacto bilionário

Com base na pesquisa, a LCA Consultoria Econômica fez uma estimativa das perdas de arrecadação com o mercado ilegal, que gira em torno de R$ 7,2 e 10,8 bilhões. Isso porque, de acordo com os dados, a ilegalidade pode ultraar os 50% do mercado.

Não é só a questão do site ser ilegal, mas estar oferecendo apostas. Muitos desses operadores, eles usam a questão da aposta para atrair o consumidor para fraudes. A gente tem a questão de crime organizado, a gente tem a questão da manipulação de jogos. Então, quando a gente fala do mercado ilegal, a gente não está falando só daquele apostador que está num site, que está consumindo um produto que não é legal, mas que o produto é ilegítimo do ponto de vista do que o produto entrega. Muitas vezes, ele não entrega o produto. E isso também tem um impacto grande.
Eric Brasil, diretor de Regulação e Políticas Públicas da LCA Consultoria Econômica, ao UOL

Ainda de acordo com as pesquisas, o combate ao problema está no avanço da regulamentação, principalmente na tributação e educação dos apostadores. Os dois aspectos são debatidos pela Secretaria de Apostas desde o início do ano.

Na última quarta-feira, o governo Lula publicou uma medida provisória que aumenta 12% para 18% a alíquota cobrada sobre receita com jogos. Na visão de Eric Brasil, o aumento excessivo da carga tributária pode fomentar a ilegalidade, potencialmente reduzindo a arrecadação ao invés de aumentá-la.

Ficando mais cara a operação no setor, obviamente os sites legalizados têm menores condições de oferecer retorno para os apostadores. Um retorno menor para o apostador aumenta a probabilidade do apostador optar por um site ilegal, que tem retornos maiores. Então você está reduzindo a competição.
Eric Brasil

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