Bolsas da Europa caem mais de 1%, com aversão a risco por conflito no Oriente Médio
As bolsas da Europa fecharam em baixa nesta sexta-feira, 13, caindo mais de 1% na maioria dos casos, em dia de aversão a riscos no mercado em virtude da escalada de hostilidades entre Israel e Irã. Os temores de um conflito agravado penalizaram a maioria dos setores, com destaque para o turismo, no entanto, com o petróleo chegando a disparar mais de 10% em certo momento, ações de energia tiveram um desempenho forte, o que limitou as perdas dos índices. Além disso, segue no radar as disputas tarifárias envolvendo os Estados Unidos.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,89%, a 544,94 pontos.
Israel bombardeou o Irã, atingindo instalações nucleares e fábricas de mísseis balísticos, na tentativa de evitar que Teerã construa uma bomba atômica.
O Irã retaliou ao lançar 100 drones e responsabilizou os EUA por permitirem a ofensiva israelense. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, avisou nesta sexta que a operação "ainda não acabou" e que não pode dizer quanto tempo a ofensiva vai durar. O premiê reforçou compromisso em proteger o país do que chamou de "regime do terror".
"Embora as notícias não sejam totalmente surpreendentes - houve relatos de que Israel estava preparando uma ação e os EUA ordenaram que os americanos deixassem a região no início desta semana -, os ataques podem marcar o início de tensões regionais mais amplas. Se Israel continuar operando além de suas fronteiras, o Oriente Médio poderá se aquecer rapidamente", aponta Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote Bank. "As ações de petróleo e defesa provavelmente se beneficiarão do aumento das tensões, mas o resto do mercado deve permanecer sob pressão", projeta.
Em Londres, BP e Shell tiveram respectivos ganhos de 1,79 e 0,88%, enquanto o FTSE 100 caiu 0,39%, a 8.850,63. Em Lisboa, a Galp subiu 0,54%, e o PSI 20 recuou 0,69%, 7.475,67.
Na quinta, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que as alíquotas - atualmente em 25% - podem subir em um "futuro não tão distante". Na semana ada, Trump assinou uma ordem executiva para elevar tarifas sobre aço e alumínio de 25% a 50%. Em Milão, Stellantis teve queda de 3,39% enquanto o FTSE MIB caiu 1,28%, a 39.438,75 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,14%, a 23.499,40 pontos. EM Paris, o CAC40 recuou 1,04%, a 7.684,68 pontos. Em Madri, o Ibex35 cedeu 1,27%, a 13.910,60 pontos.
No noticiário macroeconômico, dados da Eurostat mostraram que a produção industrial da zona do euro sofreu queda mensal de 2,4% em abril, bem maior do que se previa, e que o superávit comercial do bloco encolheu de forma drástica no mesmo mês, com as exportações derrubadas pelo impacto das tarifas de Trump.